Projeto Parcelas Permanentes

Dados Gerais

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2002

O projeto DIVERSIDADE, DINÂMICA E CONSERVAÇÃO EM FLORESTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO: 40HA DE PARCELAS PERMANENTES será desenvolvido em quatro Unidades de Conservação (P.E. da Ilha do Cardoso, E.E. de Carlos Botelho, E.E. de Caitetus, E.E. de Assis), que representam as quatro principais formações florestais do Estado de São Paulo (Floresta de Restinga, Floresta Atlântica de Encosta, Floresta Estacional Semidecidual e Cerradão). 

Em cada Unidade de Conservação serão alocadas 256 sub-parcelas de 400m2 cada, numa parcela maior de 320x320m (esta alocada através de imagens geradas com videografia multiespectral), totalizando 10,24ha de área amostrada em cada Unidade num total de 40,96ha.

Em cada uma das sub-parcelas serão amostrados, georreferenciados e identificados todos os indivíduos com PAP maior ou igual à 15cm. Em cada área amostrada será feita a caracterização detalhada do solo (três profundidades em cada parcela) e da topografia (escala 1:500), e a caracterização continuada (4 anos) do clima, do lençol freático e da luz, considerando todas as unidades do mosaico florestal e também a caracterização da fauna microbiana do solo, através do perfil de 16S rDNA gerado pelo método de DGGE. 

No que toca à vegetação será feita uma caracterização das espécies ocorrentes em cada área (nas várias formas de vida) e a elaboração de guias práticos ilustrados de reconhecimento de campo de todas as espécies florestais amostradas. A estrutura será caracterizada com dois levantamentos fitossociológicos, fisionômicos e silvigênico, com 3 anos de intervalos entre eles e a distribuição espacial será avaliada através da função K. Os modelos da literatura de geração e manutenção de biodiversidade e de dinâmica florestal serão testados para a comunidade e para espécies e comparados entre áreas. Tais vegetacionais serão correlacionados com os dados físicos de cada área, entre áreas, na perspectiva de compreender as diferenças entre esses tipos vegetacionais e promover uma adequação das práticas de manejo e conservação; serão ainda comparados com aqueles gerados em parcelas permanentes para as formações tipicamente tropicais. 

Para maiores informações, acesse os links abaixo, que detalham o projeto e seus resultados:

Áreas de Estudo

Para o desenvolvimento do projeto foram selecionadas algumas Unidades de Conservação (maiores detalhes na apresentação do projeto), representativas das principais unidades fitogeográficas presentes no Estado de São Paulo e que apresentam trechos representativos em termos de conservação e tamanho.

Abaixo estão relacionadas as Unidades de Conservação abrangidas por atividades do Projeto Parcelas Permanentes:

Parque Estadual da Ilha do Cardoso

O Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC) situa-se no extremo sul do litoral do Estado de São Paulo, no município de Cananéia, entre os paralelos 25º03' e 25º18' e os meridianos 47º53 e 48º05'. A Ilha possui uma área de aproximadamente 22.500ha e foi transformada em Parque Estadual pelo Decreto 40.319 de 1962.

A parcela permanente está alocada a cerca de 500 m do trapiche do Núcleo Perequê (25º04'S 47º55'W). Seu acesso pode ser feito de barco (3 minutos) ou a pé beirando o mangue. 

Acesso a partir de Piracicaba: via São Paulo (440 km), via Sorocaba (~410 km). O PEIC fica a cerca de 20 minutos de Cananéia (de barco); a 40 km de Pariquera-Açu; a 66 km de Registro; a 80 km de Iguape; e a 270 km de São Paulo. 

A Ilha possui uma área de aproximadamente 22.500ha e foi transformada em Parque Estadual pelo Decreto 40.319 de 1962 (Negreiros et al. 1974). Dados climáticos coletados em baixa altitude (<200m) para o período de dois anos (1990-1991) revelam que a média das temperaturas mínimas está em torno de 190C. a média das máximas em torno de 270 C e a precipitação anual entre 1800-2000 mm (Melo & Mantovani 1994). 

A topografia é predominantemente montanhosa, sendo a região central da ilha ocupada por um maciço que atinge mais de 800m de altura. Os solos das planícies são resultado de sedimentação marinha recente e são de tipo podzol hidromórfico, caracterizado pelo alto teor de areia, baixos teores de argila e silte e baixa fertilidade (Giulietti et al., 1983). Nas meias encostas e morros isolados predominam o Latossolo Vermelho-Amarelo-Orto (LV), e nas encostas mais acidentadas o Podzol Vermelho-Amarelo com transição para Latossolo Vermelho-Amarelo (PVL). Estes solos, geralmente profundos e bem drenados, são formados a partir de rochas granito-gnaisse e apresentam alto teor de argila, baixo pH, coloração alaranjada, e baixa fertilidade (Pfeifer 1989). 

Na Ilha são encontradas diferentes formações vegetais naturais, relacionadas principalmente com as características do substrato: 1. campo de altitude nos altos dos morros onde os solos são rasos e as rochas afloram; 2. floresta atlântica de encosta, nos terrenos de maior declive; 3. vegetação de dunas próximo a zona de maré; 4. floresta de restinga nos podzois hidromórficos da planície litorânea e os 5. Manguezais nos solos lodosos das várzeas dos rios periodicamente inundados por água salobra.

Parque Estadual de Carlos Botelho

O Parque Estadual de Carlos Botelho (PECB) possui área total de 37.793,63ha e encontra-se na região sul do Estado de São Paulo (24º00' a 24º15'S, 47º45' a 48º10'W). Engloba parte dos municípios de São Miguel Arcanjo, Capão Bonito e Sete Barras, com altitudes que variam de 30 a 1003 m (Domingues & Silva 1988, Negreiros et al. 1995).

A área do PECB compreende duas unidades geomorfológicas: o Planalto de Guapiara, drenado pelos rios que formam a bacia hidrográfica do rio Parapanema, e a Serra de Paranapiacaba, drenada pelos ribeirões Travessão, Temível e da Serra e pelos rios Preto e Quilombo, todos formadores da bacia do rio Ribeira de Iguape. Predominam no Parque as rochas graníticas, que definem um relevo altamente acidentado e associado aos elevados índices pluviométricos, definem morfogênese acelerada nas médias e altas vertentes, acumulando material nos sopés e canais fluviais (Domingues & Silva 1988). 

Este relevo define dois tipos climáticos diferentes, segundo a classificação de Köppen (1948): a) clima quente úmido sem estiagem (Cfa), que ocupa áreas do Planalto de Guapiara com altitudes inferiores a 800 m, a média e a baixa escarpa da Serra de Paranapiacaba; possui temperaturas inferiores a 18ºC no mês mais frio e superiores a 22ºC no mês mais quente e o total pluviométrico do mês mais seco é superior a 30 mm; b) clima temperado úmido sem estiagem (Cfb) , nas partes mais elevadas da Serra de Paranapiacaba e que difere do anterior apenas pela temperatura média do mês mais quente, a qual não ultrapassa 22°C (Setzer, 1946). 

No Parque foram descritas a ocorrência de solos Hidromórficos e Podzólicos Vermelho-Amarelo “intergrade” Latossolo Vermelho-Amarelo (Camargo 1972). O solos do Parque foram descritos com elevados teores de matéria orgânica e de alumínio, baixos teores de bases trocáveis e ainda acidez elevada, como a maioria dos solos da região serrana do litoral do Estado (Negreiros 1982).

Estação Ecológica dos Caetetus

A Estação Ecológica dos Caetetus possui uma área contínua de 2178,84 ha, situada nos municípios de Gália e Alvilândia, Estado de São Paulo, entre as coordenadas geográficas: 22º41' e 22º46'S e 49º10' e 49º16'W, dentro da bacia hidrográfica do Médio Paranapanema. 

Predominam nas áreas mais elevadas da Estação (altitude média de 650m) o Latossolo de textura média Álico, enquanto nas partes mais baixas (altitude média de 550m) o Podzólico Vermelho-Amarelo Profundo de textura arenosa/média (Mattos et al. 1996). O clima local, segundo a classificação de Köppen, é Cwa, mesotérmico de inverno seco. 

Este remanescente florestal foi enquadrado como área de preservação quando da ocupação agrícola da Fazenda Paraíso, tendo passado a ser propriedade do Estado em 1976. Segundo relatos históricos, a área nuclear da floresta, classificada fisionomicamente como floresta primária alta, não sofreu qualquer tipo de exploração antrópica, até pela dificuldade de acesso decorrente da topografia acidentada. 

O fato da Estação Ecológica de Caetetus se constituir numa das maiores áreas florestadas contínuas dessa região do Estado, que se caracteriza como uma região altamente impactada, apesar de pouco conhecida floristicamente, já explicita a importância da escolha desta área para esse estudo. 

A E.E. de Caetetus se caracteriza como um grande remanescente de Floresta Estacional Semidecidual do Planalto Ocidental do Estado de São Paulo. Esta formação florestal revestia originalmente parte do Planalto Paulista, a Depressão Periférica, a Cuesta Basáltica e parte do Planalto Ocidental do interior paulista, certamente se constituindo hoje na formação florestal mais ameaçada do Estado de São Paulo, face a sua fragmentação como consequência de alterações antrópicas. 

Trata-se de uma floresta com trechos em excelente estado de preservação, que abrigam tanto espécies arbóreas ameaçadas de extinção no Estado pela agressividade do extrativismo nos últimos anos, como o guarantã (Esenbeckia leiocarpa Engl.) , a peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron Müll. Arg.) e a cabreúva (Myroxylon peruiferum L.f.), dentre outras, como espécies da fauna, destacando-se dentre outros, o mico-leão-preto (Leonthopithecus chrysopygus).

Estação Ecológica de Assis

A Estação Ecológica de Assis, com área de 1312,28ha, localiza-se no município de Assis, SP, entre as coordenadas geográficas 22º33'65'' a 22º36'68''S e 50º23'00'' a 50º22'29''W e entre as altitudes de 520 e 590m. Esta unidade de conservação foi criada em 1992, tendo sido desmembrada da Estação Experimental de Assis, com o objetivo de proteger integralmente o ecossistema, representativo da vegetação original da região. No entanto, as duas são atualmente administradas pelo Instituto Florestal. 

Ocorrem três tipos de solo na área da Estação: 1)Latossolo Vermelho-Escuro álico, A moderado, textura média (LEd), 2)Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico abrupto, A moderado, textura arenosa média (PV-2) e 3)Areia Quartzosa Hidromórfica (AQ). O relevo é suave-ondulado (SMA 1997). 

O tipo climático da região é definido como Cwa, segundo a classificação de Köppen, ou seja, mesotérmico, com chuvas concentradas no verão e precipitação média anual em torno de 1400mm. Ocorrem geadas esporádicas, tendo sido a temperatura mínima absoluta registrada de -2oC em um período de 20 anos (SMA, 1997). 

A vegetação da Estação Ecológica de Assis enquadra-se no conceito de cerrado "lato sensu" , sendo a forma cerradão a fisionomia predominante, com árvores de até 15m de altura formando um dossel contínuo e ausência de gramíneas.

 

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